A minha história de amor com tudo o que envolve a Itália começou há muito, muito tempo.
Um dos primeiros CDs do qual tenho a memória de ouvir sem parar, quando tinha uns 5 anos de idade, é um daLaura Pausini que leva o mesmo nome da cantora. Não fazia ideia do que queria dizer “Marco se n’è andato e non ritorna più”, mas sabia que La solitudine era uma das minhas músicas favoritas.
Outro fator que também me aproximava da Itália era a família. Ora, 3 dos meus 4 avós têm pais italianos e a cultura italiana sempre fez parte da minha vida: a macarronada de domingo, a fala acompanhada por muitos gestos, a tradicional tômbola de Natal e tantos outros elementos que marcaram não só a minha infância mas também a vida adulta.
E então veio a pandemia.
Forçada a permanecer em casa por meses, passei a me aventurar por diversas incursões no Netflix (quem nunca?) e comecei a assistir algumas séries que fugiam das produções americanas e britânicas. Assisti algumas séries francesas, alemãs… até que cheguei às produções italianas. A primeira que assisti em uma só toada foi a ótima Il processo, protagonizada por uma promotora que se envolve em um caso de assassinato que tem um custo pessoal muito grande para ela. A segunda foi a também excelente Suburra, que retrata as negociatas por baixo dos panos que envolve política, o Vaticano e também a máfia.
A minha persona da quarentena já era aquela “fazendo-todos-os-cursos-possíveis-e-imagináveis-para-passar-o-tempo” e acabei unindo o útil ao agradável: por que não aproveitar esse período para aprender uma nova língua? E por que não o italiano?
Sabe a cena inicial de Alice no País das Maravilhas em que Alice segue o coelho branco até a toca e começa a cair… cair… cair? Essa fui eu com o italiano.
Me matriculei em uma escola (com a maravilhosa companhia da minha mãe, que topou esse desafio de aprender comigo), comecei a ter aulas e passei a consumir o máximo possível de produções italianas – seja na televisão (no momento, aqui em casa assistimos mais à Rai do que qualquer canal da televisão aberta), no Youtube (que me mune com seu algoritmo com diversos canais italianos), na música (ao ponto de o Spotify me mandar uma mensagem perguntando: “lembra de quando você costumava ouvir a sua banda favorita?”) e na literatura (descobri um amor real pelos autores da Itália).
Agora, é claro, falta eu finalmente desembarcar em terras italianas… Mas esse é um capítulo pós-pandemia!
E até agora… Essa jornada tem sido incrível!
Assim como acontece toda vez que vicio em alguma coisa (as meninas aqui do Café bem podem comprovar isso), eu acabo consumindo doses cavalares daquilo, até finalmente retornar a um equilíbrio, onde sou capaz de dividir meu tempo com outras coisas das quais também gosto. Mas enquanto estou nessa fase, procuro mergulhar mesmo e aproveitar ao máximo tudo aquilo que o objeto da minha fixação tem a me oferecer – e nesse processo acabo descobrindo muita coisa bacana!
Sendo assim, a minha intenção é, ao longo dos próximos posts, dividir um pouquinho dessas minhas descobertas com vocês para, quem sabe, jogar uma luz em autores e artistas que podem ter passado batido por vocês (certamente teriam passado batido por mim também, não fosse essa minha aventura).
Quindi siete benvenuti a un’avventura italiana con me!